quinta-feira, julho 15, 2010

Um dia com dor de dentes...

Hoje não é talvez o melhor dia para escrever no blog: estou com uma dor de dentes.

A razão porque tenho um blog é, pensava eu, para rentabilizar o que escrevo, para contabilizar o que faço e acima de tudo para deixar uma prova testemunhal das ideias que tive, muitas das quais distribuo por aí. Só em contribuições para BBSs, newsgroups, fóruns, blogs e muito mais, devo ter escrito o suficiente para vários livros de tamanho razoável. E no entanto, o blog tem se quedado vazio, sem nenhumas visitas. Não é que me falte o que escrever, mas escrever sobre o meu trabalho quando ainda não publiquei nada, não parece ser uma boa ideia. E lançar despropositadamente ideias sem saber quem está do outro lado, também não é a minha onda. Eu gostaria de discuti-las com alguém, mas fazê-lo neste momento é convidar à sua descoberta quando já não o puder fazer. Eu sei, já escrevi em linhas de discussão que estavam "mortas" e nunca recebi resposta por elas. Mas também é verdade que já comentei blogs vivos, que nunca me responderam, e não poucas linhas de comentário acabaram quando lancei o meu... culpa da minha verbosidade?

Ou talvez fale de mais na primeira pessoa. Outros blogs espelham as descobertas dos seus autores pela Internet, agregam links, tornam-se aranhas da teia maior. Talvez devesse fazer isso excepto que... o que eu quero realmente, o que eu sei que quero, é deixar a minha pegada. E no entanto acobardo-me sempre no momento D. Sei que tenho algo para dar porque causa do que já contribui, mas acabo por dar nada... enquanto "lá", continuo a dar tudo. Suponho que o meu problema é ser neste momento uma pessoa reactiva. Sempre me defini como um observador, e para mim, isso sempre significou independência e isolamento do observado. Eu posso comentar o que observo e mesmo justificar a pedido, o que poderia ser feito em relação a isso, mas não tenho o ego para criar a observação. Isso seria uma violação do estatuto a que sempre me restringi. Talvez por isso sinta uma tremenda irritação pelo jornalismo que se faz hoje, mais intervenção política e manipulação que informação. Não lhes contesto o direito a tal, mas o jornalismo é para mim das mais nobre das profissões, e vejo tudo isso como sendo uma traição às roupas que vestem. E reajo por isso...

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