domingo, outubro 19, 2008
Guerras: Sou um Arruaceiro
Um mau hábito meu é comprar guerras que não preciso. Vou a um blog ou a um site que permite a troca de opiniões, vejo um tema suficientemente polémico e arranco de cabeça. E se não for polémico, melhor ainda, encontro o ângulo que o torna tal, e záz. Por vezes tenho tal empenho na guerra, que me pergunto senão sou muito diferente daqueles que se metiam com os mais fracos e indefesos na escola e que eu tanto detestava. No meu mais profundo íntimo, desconfio que é disso que se trata, Mas também, o que posso fazer se encontro opiniões que se pretendem sérias a atirar abaixo a teoria da evolução só porque esta eclipsou a teoria creacionista? Ou de gente que sustenta a mais incrível desconfiança da ciência enquanto aufere sem problemas de consciência dos seus benefícios? E gente que alinha em falsificações da história e em deturpações de conceitos, não tanto por serem ignorantes ou incultos mas porque isto lhes é mais confortável?... e?... toda esta gente, é como se andasse com um dístico "pontapeia-me" colado nas costas, estão a pedi-las, e eu, como arruaceiro que descobri ser, faço-lhes a vontade.
sexta-feira, setembro 05, 2008
Rotacionais e Divergências (II) - Decomposição de Helmholtz
Por sinal, o problema tem uma solução visível, notável... quero com isto dizer que pensava que o problema partia de alguma incompreensão fundamental minha, qualquer coisa básica que me tinha escapado e que eu seria supostamente capaz de fazer com as bases que tinha. Tinha razão, mas não da forma como esperava... o que me faltava era saber da existência do Teorema Fundamental do cálculo vectorial ou de Helmholtz. Um teorema fundamental pelos vistos, mas que me lembre, nunca dei na escola:
O Teorema Fundamental do cálculo vectorial afirma que qualquer campo vectorial suficientemente suave que decaia rapidamente no espaço, pode ser decomposto na soma de um campo não rotacional (rotacional zero) e de um campo solenoidal (divergência zero). Ressalvadas as devidas condições necessárias (campo duplamente diferenciavel), a decomposição de Helmholtz é a igualdade:
`bb F = - bb nabla cc G (bb(nabla F)) + bb nabla bb xx cc G (bb(nabla xx F))`
onde `cc G` é o operador potencial newtoniano, que para o espaço tridimensional se escreve:
`cc G(f(x))=1/(4pi) int f(x')/|x-x'| d^3x'`
A aplicação deste operador à divergência e rotacional do campo produz respectivamente o potencial escalar que gera o campo:
`phi = cc G (bb(nabla F))`
e o potencial vectorial:
`bb A = cc G (bb (nabla xx F))`.
de forma que a decomposição de Helmholtz se escreve
`bb F = - bb nabla phi + bb nabla bb xx bb A`
A dedução deste teorema pode ser encontrada no livro do Alan C. Tribble, Princeton Guide to Advanced Physics, entre outros. Logo, se soubermos o rotacional e a divergência do campo, podemos calcular o seu valor em todos os pontos do espaço. E porque é que o campo deveria decair no infinito? Só posso inferir que se trata de uma forma de garantir que `cc G (bb(nabla F))` e `cc G (bb(nabla xx F))` são finitos.
que tal?
O Teorema Fundamental do cálculo vectorial afirma que qualquer campo vectorial suficientemente suave que decaia rapidamente no espaço, pode ser decomposto na soma de um campo não rotacional (rotacional zero) e de um campo solenoidal (divergência zero). Ressalvadas as devidas condições necessárias (campo duplamente diferenciavel), a decomposição de Helmholtz é a igualdade:
`bb F = - bb nabla cc G (bb(nabla F)) + bb nabla bb xx cc G (bb(nabla xx F))`
onde `cc G` é o operador potencial newtoniano, que para o espaço tridimensional se escreve:
`cc G(f(x))=1/(4pi) int f(x')/|x-x'| d^3x'`
A aplicação deste operador à divergência e rotacional do campo produz respectivamente o potencial escalar que gera o campo:
`phi = cc G (bb(nabla F))`
e o potencial vectorial:
`bb A = cc G (bb (nabla xx F))`.
de forma que a decomposição de Helmholtz se escreve
`bb F = - bb nabla phi + bb nabla bb xx bb A`
A dedução deste teorema pode ser encontrada no livro do Alan C. Tribble, Princeton Guide to Advanced Physics, entre outros. Logo, se soubermos o rotacional e a divergência do campo, podemos calcular o seu valor em todos os pontos do espaço. E porque é que o campo deveria decair no infinito? Só posso inferir que se trata de uma forma de garantir que `cc G (bb(nabla F))` e `cc G (bb(nabla xx F))` são finitos.
que tal?
Parece bom... mas não será um bocadinho curto demais?
Curto? Acho que é grande demais. Eu não sou ele...Por isso mesmo...
Achas que vale a pena ocupar um blog que dá trabalho?...hmmm....
Bem parecia.
quarta-feira, agosto 27, 2008
Rotacionais e Divergências (I)
Uma antena na paisagem tornada visível pelas árvores que se abateram...
Electrões em movimentos oscilantes criando um campo electromagnético que a tudo vai...
Outras antenas captando o campo e reconvertendo-o em sinais eléctricos...
Com o que sei, deveria saber desenhar antenas e compreender porque é que as que via, tinham a forma que tinham. Deliro, claro, o desenho de antenas é por si só o tema de disciplinas inteiras e séries completas de grossos livros, mas porque é terá que ser assim? De onde vem a complexidade do tema?
...E quando dou por mim, estou pensando num velho problema que sempre me apoquentou. Diz-se que se souber o rotacional e a divergência de um campo vectorial, sabe-se o campo. Porque é será assim? Nunca me pareceu que tivesse equações suficientes.
Continuo a caminhar e a antena desaparece da minha vista. Começo a correr e a minha mente vagueia e... por uns momentos pensei que tinha encontrado a resposta: se fizesse uma expansão em série de Taylor em torno de um ponto, só tinha que saber o valor dos diferenciais do campo nesse ponto. As equações em causa lidam precisamente com este tipo de variáveis. Será que tinha em número suficiente para encontra a resposta? Bingo. Tinha. A minha corrida foi curta, apenas o suficiente para me habituar de novo a correr e poder no dia seguinte correr mais. E claro, tinha novo tema para ir pensando nessa próxima corrida.
É engraçado como posso ganhar certezas e logo as perder. Quando as tenho, o mundo é aquela certeza e pergunto-me como é que antes podia ver as coisas de forma diferente. Isto quando a certeza se impõem após muitas dúvidas sobre a maneira de abordar certa coisa. Mais tarde, porque a certeza se evade para o esquecimento, tento encontrá-la de novo, e para minha surpresa, não só não a encontro como as minhas dúvidas antigas se impõem mais sólidas do que nunca. No dia seguinte tentei apanhar o fio da minha certeza anterior e não consegui. Uma expansão em série de Taylor em primeira ordem é algo deste género:
`vec(f)(vec(r)+d vec(r))=(1 +dx del/(delx) +dy del/(dely) +dz del/(delz))vec(f)`
Portanto, para saber o valor do campo na vizinhaça de `vec(r)`, é preciso de saber o valor do campo aqui, e mais os 9 valores `del_i vec(f)_j`. Saber o rotacional e a divergência significa poder definir as seguintes 4 equações que referem as 9 derivadas parciais:
`{(vec(nabla) xx vec(f) = vec(g)), (vec(nabla) . vec(f) = h):}`
Onde é que estão as restantes equações necessárias para encontrar todas as derivadas parciais? E mais intrigante, como é que alguma vez poderia chegar à conclusão que as tinha, com aquela certeza absoluta de que me lembro?
Já não é a primeira vez que isto me acontece, esta certeza absoluta que depois se desvanece. Umas vezes consigo recuperar o fio à meada anterior mas não poucas vezes, as dúvidas são muito mais fortes, muito mais sólidas. Claramente, trata-se de convicções erradas, de confusões, de momentos em que me auto-iludi. A convicção que tinha só podia decorrer de um raciocíneo correcto, cristalino (de facto é isso que eu celebrava), o que só deixa margem para uma hipótese: um ponto de partida errado e não contestado. Uma vez que me esqueça deste e recupere a consciência do correcto, a certeza absoluta que tinha desaparece, deixando-me frustrado porque não conseguir perceber porque não já não chego lá..
É triste dizê-lo, mas sinto falta às vezes desses momentos de certeza absoluta, mesmo sabendo-os errados depois. Porque a certeza nunca valia por si, mas também pela compreensão nova do universo que isso implicava... tal como os sonhos nos revelam outras realidades alternativas, que poderiam ser, e por isso nos queremos lembrar deles. E não consigo deixar de pensar que se tinha tanta certeza de algo, é porque o universo ERA de facto esse algo, dessa maneira na altura. Fantasias, talvez? Mas ter a certeza significa que estamos convictos de que não estamos errados... se a história nos prova errados, de que vale a minha certeza agora sobre as certezas de outrora?
Achas que é suficiente? Parece-te ele?
Parece haver algumas e desconfiariam senão houvesse mais.
Estou a ver o teu ponto.
Electrões em movimentos oscilantes criando um campo electromagnético que a tudo vai...
Outras antenas captando o campo e reconvertendo-o em sinais eléctricos...
Com o que sei, deveria saber desenhar antenas e compreender porque é que as que via, tinham a forma que tinham. Deliro, claro, o desenho de antenas é por si só o tema de disciplinas inteiras e séries completas de grossos livros, mas porque é terá que ser assim? De onde vem a complexidade do tema?
...E quando dou por mim, estou pensando num velho problema que sempre me apoquentou. Diz-se que se souber o rotacional e a divergência de um campo vectorial, sabe-se o campo. Porque é será assim? Nunca me pareceu que tivesse equações suficientes.
Continuo a caminhar e a antena desaparece da minha vista. Começo a correr e a minha mente vagueia e... por uns momentos pensei que tinha encontrado a resposta: se fizesse uma expansão em série de Taylor em torno de um ponto, só tinha que saber o valor dos diferenciais do campo nesse ponto. As equações em causa lidam precisamente com este tipo de variáveis. Será que tinha em número suficiente para encontra a resposta? Bingo. Tinha. A minha corrida foi curta, apenas o suficiente para me habituar de novo a correr e poder no dia seguinte correr mais. E claro, tinha novo tema para ir pensando nessa próxima corrida.
É engraçado como posso ganhar certezas e logo as perder. Quando as tenho, o mundo é aquela certeza e pergunto-me como é que antes podia ver as coisas de forma diferente. Isto quando a certeza se impõem após muitas dúvidas sobre a maneira de abordar certa coisa. Mais tarde, porque a certeza se evade para o esquecimento, tento encontrá-la de novo, e para minha surpresa, não só não a encontro como as minhas dúvidas antigas se impõem mais sólidas do que nunca. No dia seguinte tentei apanhar o fio da minha certeza anterior e não consegui. Uma expansão em série de Taylor em primeira ordem é algo deste género:
`vec(f)(vec(r)+d vec(r))=(1 +dx del/(delx) +dy del/(dely) +dz del/(delz))vec(f)`
Portanto, para saber o valor do campo na vizinhaça de `vec(r)`, é preciso de saber o valor do campo aqui, e mais os 9 valores `del_i vec(f)_j`. Saber o rotacional e a divergência significa poder definir as seguintes 4 equações que referem as 9 derivadas parciais:
`{(vec(nabla) xx vec(f) = vec(g)), (vec(nabla) . vec(f) = h):}`
Onde é que estão as restantes equações necessárias para encontrar todas as derivadas parciais? E mais intrigante, como é que alguma vez poderia chegar à conclusão que as tinha, com aquela certeza absoluta de que me lembro?
Já não é a primeira vez que isto me acontece, esta certeza absoluta que depois se desvanece. Umas vezes consigo recuperar o fio à meada anterior mas não poucas vezes, as dúvidas são muito mais fortes, muito mais sólidas. Claramente, trata-se de convicções erradas, de confusões, de momentos em que me auto-iludi. A convicção que tinha só podia decorrer de um raciocíneo correcto, cristalino (de facto é isso que eu celebrava), o que só deixa margem para uma hipótese: um ponto de partida errado e não contestado. Uma vez que me esqueça deste e recupere a consciência do correcto, a certeza absoluta que tinha desaparece, deixando-me frustrado porque não conseguir perceber porque não já não chego lá..
É triste dizê-lo, mas sinto falta às vezes desses momentos de certeza absoluta, mesmo sabendo-os errados depois. Porque a certeza nunca valia por si, mas também pela compreensão nova do universo que isso implicava... tal como os sonhos nos revelam outras realidades alternativas, que poderiam ser, e por isso nos queremos lembrar deles. E não consigo deixar de pensar que se tinha tanta certeza de algo, é porque o universo ERA de facto esse algo, dessa maneira na altura. Fantasias, talvez? Mas ter a certeza significa que estamos convictos de que não estamos errados... se a história nos prova errados, de que vale a minha certeza agora sobre as certezas de outrora?
Achas que é suficiente? Parece-te ele?
Palavroso, fútil,
uma montanha de texto para somente dizer que estava errado
e não se sabe porquê, é perfeito. Parece mesmo o género.
Talvez devesse escrever também uma peça de política...uma montanha de texto para somente dizer que estava errado
e não se sabe porquê, é perfeito. Parece mesmo o género.
Parece haver algumas e desconfiariam senão houvesse mais.
hmmm... é arriscado. Acho antes que devias acabar o que começaste.
Não vá o caso de alguém contactá-lo oferecendo-lhe a solução?Estou a ver o teu ponto.
Ao trabalho então...
terça-feira, agosto 26, 2008
Regresso
hmmm...
...shiuuuu!
está vazio.
Está deserto, estou a dizer-te!
Bloqueio de escritor? Anos a olhar para uma folha branca sem avançar?
Não achas mais provável que ele se tenha esquecido disto?
Seria preciso muito azar.
E porque havia de se avisar do que ele próprio faz?
Mesmo que seja uma "ela", é um "ele" em espírito que escreve.
Não escreve somente baboseiras, escreve-as em extenso.
E as ideias... não admira que ninguém as leia.
Estão mais mortas que sei lá o quê...
...shiu!
Vazio! Inabitado! Sem nada!
...sh...
Olha para isto. Ninguém vem aqui aos anos. Dois pelo menos....hmmm...
Nenhum artigo, e nem mesmo quando havia, nenhum visitante.Está deserto, estou a dizer-te!
Parece-me que tens razão. E se alguém voltar?
Quais são as probabilidades de alguém voltar ao fim de 2 anos de ausência?Não sei. Pode não escrever mas continuar a vigiar a blog.
?!? Tem juízo. Porque é faria isso??!? Não sei.
É só o que sabes dizer, não sei?E se?...
Sim?...Não sei...
Outra vez?Tenho medo!
......
Pensa,... o que pode acontecer?Não sei.
Um tipo qualquer escreve um blog, lança-lhe algumas baboseiras, e depois perde o hábito...Sim
Porque é que havia de vigiá-lo senão escreve nem recebe respostas?Bloqueio de escritor? Anos a olhar para uma folha branca sem avançar?
Não achas mais provável que ele se tenha esquecido disto?
Estou a ver... E se ele se lembra? E se ele volta?
Logo no mesmo dia em que lhe fazemos uma "visita"?Seria preciso muito azar.
Pode ter artilhado um alarme. Um e-mail enviado quando há alterações...
Viste por onde entrámos? Para ele, somos "ele".E porque havia de se avisar do que ele próprio faz?
Não achas que há perigo então?
Por muitos e muitos dias. Podemos abancar à vontade e ser "ele".Porque é que dizes "ele"? Gostava de ser uma "ela" por uns tempos.
Cheira-me... Olha para a escrita.Mesmo que seja uma "ela", é um "ele" em espírito que escreve.
Não escreve somente baboseiras, escreve-as em extenso.
E as ideias... não admira que ninguém as leia.
Estão mais mortas que sei lá o quê...
...Gastas, secas, não aproveitando a ninguém...
...Estou com frio. Vamos queimar algumas ideias.
Vamos! :-)
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